2.1. Da Obra da Reconciliação
A reconciliação é uma obra soberana de Deus, o Pai, realizada mediante a mediação de Seu Filho, Jesus Cristo. Em Sua graça, o Pai tomou a iniciativa de restaurar a comunhão quebrada pelo pecado, por meio de um plano eterno concebido em Sua vontade.
“Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo” (2 Coríntios 5:18).
Essa reconciliação não é resultado de mérito humano, mas da ação unilateral de Deus, que removeu a inimizade e ofereceu paz por meio do sacrifício do Filho (Isaías 53:5; Colossenses 1:20).
2.2. Da Origem da Reconciliação
A origem da reconciliação está no amor eterno de Deus Pai, que, por Sua soberana vontade, enviou Jesus Cristo como único Mediador entre Ele e os homens (1 Timóteo 2:5).
Cristo, o Filho obediente, cumpriu integralmente o plano do Pai (João 6:38), oferecendo-Se em sacrifício propiciatório conforme a vontade daquele que O enviou.
“Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens os seus pecados” (2 Coríntios 5:19).
A reconciliação, portanto, é a ação de Deus Pai operando através de Cristo, para restaurar o relacionamento quebrado entre Ele e a humanidade.
2.3. Do Propósito da Reconciliação
O propósito da reconciliação é resgatar os eleitos e restaurar a comunhão com o Pai, de quem tudo procede (1 Coríntios 8:6).
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito…” (João 3:16).
Esse amor é soberano e eficaz, direcionado a salvar aqueles que foram escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo (Efésios 1:4-5).
A reconciliação é uma dádiva graciosa e é recebida pela fé, que também é dom de Deus (Efésios 2:8-9), não por obras humanas.
2.4. Da Missão da Reconciliação
Deus, ao reconciliar-nos consigo mesmo por meio de Cristo, nos delegou o ministério da reconciliação. O Pai nos chama para sermos testemunhas da obra que Ele mesmo realizou.
“Deus nos confiou o ministério da reconciliação… De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo” (2 Coríntios 5:19-20).
Como embaixadores de Cristo, suplicamos aos homens que se reconciliem com Deus, proclamando a mensagem do Pai, anunciando o evangelho que nos foi revelado nas Escrituras.
“Como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?” (Romanos 10:14-15).
2.5. Da Reconciliação como Chamado à Missão
A reconciliação não é um fim em si mesma, mas o início de uma vocação santa. Os reconciliados são chamados à missão, não em nome próprio, mas como servos enviados do Pai, representando o Filho e anunciando a reconciliação oferecida por Deus.
Motivados pelo amor que nos constrange (2 Coríntios 5:14), proclamamos a salvação com humildade, reconhecendo que tudo provém de Deus (Romanos 11:36), que é glorificado em cada pecador restaurado à comunhão com Ele.
Conclusão
A reconciliação é o coração pulsante do evangelho: é a iniciativa graciosa do Deus Pai, realizada por meio da obediência do Filho, e aplicada pelo poder do Espírito Santo.
Ela manifesta a glória de Deus ao redimir os Seus e os transformar em servos fiéis. Que sejamos encontrados fiéis em nosso papel como embaixadores, anunciando ao mundo:
“Reconciliem-se com Deus!” (2 Coríntios 5:20). Amém.
Trecho extraído do livro Sim, Eu Creio – Crenças Fundamentais da Comunidade dos Irmãos em Cristo, Capítulo I – Sobre os Três Pilares (Graça, Reconciliação, Paternidade), 1ª edição, Anápolis, GO: 2025.